Em 1955, foi inaugurado na província da Beira, em Moçambique, o Grande Hotel, uma imponente e luxuosa estrutura de 12 000 m2 que aspirava a ser a maior unidade hoteleira de África.
O projecto (da autoria do arquitecto José Porto) tinha como objectivo dinamizar o turismo em toda a região centro da então colónia portuguesa. No entanto, nunca teve o sucesso esperado e, após a independência, foi sendo progressivamente ocupado por milhares de refugiados de guerra.
Actualmente, apesar de se encontrar em ruína, o edifício é a morada de mais de 2500 moçambicanos.
Quase 60 anos após a construção, a realizadora belga Lotte Stoops revisitou o edifício para registar a situação actual.
O documentário "Grande Hotel", que esteve presente, entre outros nas selecções oficiais dos festivais de Cinema de Roterdão, no IndieLisboa, e no Arquitectura Film Festival em Santiago de Chile, contrapõe imagens da época de ouro do edifício com o testemunho da situação actual.
Tendo como ponto de partida o hotel, o filme acaba por ser também um retrato da cidade e da sua população, testemunhando o longo e turbulento caminho traçado desde o luxo das festas dos anos 50, até ao momento actual de reconstrução de um país que martirizado por anos de guerra.
Aqui fica o trailer:
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